página inicial

MEDIANEIRA TEM 104 CASOS CONFIRMADOS DE DENGUE

é o maior índice de todos os tempos e o número de infectados cresce dia após dia; mutirão emergencial começou ontem


Boletim divulgado ontem pela 9ª Regional de Saúde revela que 104 pessoas estão com dengue em Medianeira. Pelo menos outras cem pessoas estão com os sintomas e aguardam os resultados dos exames. Há suspeita de um caso de dengue hemorrágica, a forma mais violenta da doença e que pode matar em 24 horas. Esse é o maior surto registrado em todos os tempos na cidade. Em 2002, 64 casos haviam sido confirmados. A falta de cuidados da população e o clima quente e chuvoso são as causas do alto índice. Neste ano, três tipos do vírus estão circulando no município (Den 1, Den 2 e Den 3), coisa que não acontecia também desde 2002, informa a diretora da 9ª Regional em Foz, Anice Nagib Gazzaoui.
Os doentes começaram a se multiplicar nas últimas semanas e dia após dia surgem novos casos, informa a secretária de Saúde de Medianeira, Dayse Alberton Cavalleri. Anteontem, em reunião, a Regional de Saúde cogitou até mesmo a possibilidade de decretar estado de emergência no município. Isso para conseguir recursos e atenção do governo do Estado sobre a questão.
Ontem, um mutirão de emergência começou a ser realizado, em parceria entre poder público municipal e 9ª Regional de Saúde, para tentar minimizar o problema. Cinco máquinas costais, duas caminhonetes fumacê, além de caminhões e cerca de 100 pessoas estão percorrendo as ruas e casas da cidade para recolher criadouros do mosquito e passar veneno nos quintais.
A ação conjunta segue hoje e amanhã em toda a cidade e depende também do apoio da comunidade, já que os agentes de endemias e as agentes comunitárias de saúde precisam entrar nos quintais para fazer as vistorias. “Algumas pessoas não deixam os agentes entrarem nas casas e isso impossibilita o trabalho”, conta a secretária.
De acordo com a diretora da 9ª Regional, a hora é de ‘arregaçar as mangas’ para que o pior não aconteça. “A dengue pode matar e a situação de Medianeira é preocupante. Se não agirmos logo, a situação pode piorar”, destaca. Ela fala da população e do poder público, que precisam se unir para acabar com o mosquito. “O município e o Estado estão fazendo sua parte. Agora, depende também da população. As pessoas precisam limpar seus quintais e, além disso, fiscalizar os quintais do vizinho. A dengue é um problema de todos”, pontua.
A partir da semana que vem, o trabalho de passar o veneno e retirar os possíveis criadouros dos quintais continua apenas com pessoal da prefeitura.
Os locais com maiores índices de pessoas que contraíram a doença são nos bairros Condá, Centro e Belo Horizonte. Porém, explica o diretor da Vigilância Sanitária, Alan do Nascimento, hoje a situação já está generalizada. “Temos problemas em toda a cidade”, diz.
De acordo com ele, são 16 agentes de endemias que trabalham sem recesso, desde o ano passado, para tentar controlar os focos. Outras 77 agentes comunitárias de saúde percorrem as casas orientando os moradores sobre a necessidade de eliminar os criadouros.
Garrafas, pneus, latas, tampas, calhas e qualquer outro objeto que acumule água podem se tornar um criadouro do mosquito da dengue. As caixas d’água devem permanecer limpas e tampadas. “A população precisa se conscientizar e manter a limpeza dos lotes em dia”, avalia.
Os proprietários de terrenos sem construções também são obrigados a manter a limpeza e, caso isso não ocorra, poderão ser multados. “Tem que multar quem não faz a sua parte”, entende Anice.

Giuliano De Luca

Da Redação

26/02/2010